terça-feira, fevereiro 20, 2007

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como tremiam as mãos, como sorrias
de cara encostada, paredes meias com o diabo

- onde vais?, perguntava ela - onde me apetecer!, respondia ele


as amarguras escorriam-lhe sobre o peito
as facas espetadas, o riso ridiculo da vingança
o afecto simulado de quem pensa mas não diz o quê
o penso mal colado, as chaves na parede.
a mútua tentativa de descrédito, a exposição dos outros ao ridículo
o alimento do ego, a chama que nunca morre
o nascimento de quem se aborrece

- ficas ai?, perguntava ele - não, vou também!, respondia ela

às vezes estamos com tantas merdas, e não percebemos nada do que realmente se passa.
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DACC

2 Comments:

Blogger Jorge Afonseca said...

belo post sobre cinismo...

5:04 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

para além de grande músico és grande escritor. muitos parabéns. beijinhos

3:21 da manhã  

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