Por aquela estrada abaixo, pt. 2/2
Por aquela estrada abaixo vai um padre acompanhado
Vai com duas prostitutas, cada uma do seu lado
As más línguas já não param, querem-no crucificado
Por aquela estrada abaixo lá vai Deus com o Diabo
Por aquela estrada abaixo vai a ninfa de Saturno
Um homem já não acorda de um longo sonho diurno
Quando o dia é sempre o mesmo não interessa o acordar
Por aquela estrada abaixo vai o sol até ao mar
Por aquela estrada abaixo vai um homem na manada
Fala só quando é preciso e quando fala não diz nada
Presente quando lhe interessa, ausente na hora amarga
Por aquela estrada abaixo vai mais um burro de carga
Por aquela estrada abaixo vai a guerra em movimento
A corneta já ressoa, acabou-se o sofrimento
Uns são mártires para a história, outros carne para canhão
Por aquela estrada abaixo vai a Terra em translação
Por aquela estrada abaixo vai o tiro de um canhão
O rei manda e o povo morre pelo bem de uma nação
Pouco interessa mais um ferido, um morto ou um refém
Por aquela estrada abaixo já não anda mais ninguém
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DACC
1 Comments:
Este poema é quase satânico...
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