Estou a ouvir o novo cd dos Gotan Project, "Lunatico".
Para quem estava à espera de mais do mesmo, desengane-se.
Não no sentido em que não seja tango misturado com electrónica, mas no ponto de vista da abordagem que lhe dão.
Se em "La revancha del tango" tínhamos uma abordagem mais nocturna, para uma audição mais recolhida e pessoal, em "Lunatico" há uma abertura, como num bom vinho que ganha corpo quando se deixa respirar.
Assim é este novo cd.
Mais aberto, com mais corpo, mais gostoso.
Começa com "Amor Porteño", uma música que faz lembrar aqui e ali uma sonoridade entre Llasa e Nick Cave.
Daí vamos para "Notas". A voz masculina marca logo a diferença, num canto falado sob um pano de fundo de uma batida marcada, mas discreta. Começam a aparecer aqui os jogos de cordas que encherão todo o álbum. E o "rhythm and poetry" da voz masculina domina aqui e ali o tema.
Passamos para "Diferente", o primeiro single do álbum.
Ok, quanto a esta música tenho alguma coisa a dizer, talvez porque tenha sido amor à primeira vista, talvez porque seja mesmo boa. Enfim, a cada cabeça sua sentença...
"Diferente" é daquelas músicas que cativa logo de rajada. Começa com uma batida vincada, que se vai manter aliás durante toda a faixa, e que funcionará como um "mantra", um repetitivo som que enebria até perder e recuperar e voltar a perder e a ganhar sentido. E este mantra contribui em grande parte para todo o crescendo e dinâmica da música, como se de uma leva brisa que se transforma em furacão se tratasse.
A voz entra, suave e discreta, um toque gingado de bandoleón.
E os jogos de corda a cruzar por detrás.
Lamento se as minhas palavras não conseguem transmitir o colorido que é o som desta música.
Ouçam o single. Perceberão o que digo.
(suspiro)
Estamos agora em "Celos". Um ambiente jazzado com o contrabaixo a marcar o ritmo acompanhado do piano, a bateria leve, varrida.
A voz surge com uma melodia bastante inesperada, e a música flui assim, ligeira, melancólica. O bandoleón marca presença, como não poderia deixar de ser.
O tema que se segue dá nome ao álbum.
"Lunatico" é uma lufada de ar fresco no tango.
Abre com uma malha clássica do tango, e já o corpo começa a imaginar um salão de baile, as luzes baixas, a dança, e entra a bateria, leve, num ritmo swingado que dá toda a magia à música.
Se ao menos "A Naifa" saísse do dois mais dois igual a quatro e começasse a pensar noutras coisas...
Bem, poderia continuar, mas para ser sincero, acho que já chega. Não quero ser nem dono da verdade nem estragar o prazer da descoberta deste (belo) cd.
São doze faixas de boa música, que vale a pena "adquirir" na discoteca mais próxima!
E, para quem levou a mensagem mesmo à letra, ainda vai ter que esperar um bocadinho. É que a coisa só sai lá para Abril!...
__________________________________________
NPAF
Para quem estava à espera de mais do mesmo, desengane-se.
Não no sentido em que não seja tango misturado com electrónica, mas no ponto de vista da abordagem que lhe dão.
Se em "La revancha del tango" tínhamos uma abordagem mais nocturna, para uma audição mais recolhida e pessoal, em "Lunatico" há uma abertura, como num bom vinho que ganha corpo quando se deixa respirar.
Assim é este novo cd.
Mais aberto, com mais corpo, mais gostoso.
Começa com "Amor Porteño", uma música que faz lembrar aqui e ali uma sonoridade entre Llasa e Nick Cave.
Daí vamos para "Notas". A voz masculina marca logo a diferença, num canto falado sob um pano de fundo de uma batida marcada, mas discreta. Começam a aparecer aqui os jogos de cordas que encherão todo o álbum. E o "rhythm and poetry" da voz masculina domina aqui e ali o tema.
Passamos para "Diferente", o primeiro single do álbum.
Ok, quanto a esta música tenho alguma coisa a dizer, talvez porque tenha sido amor à primeira vista, talvez porque seja mesmo boa. Enfim, a cada cabeça sua sentença...
"Diferente" é daquelas músicas que cativa logo de rajada. Começa com uma batida vincada, que se vai manter aliás durante toda a faixa, e que funcionará como um "mantra", um repetitivo som que enebria até perder e recuperar e voltar a perder e a ganhar sentido. E este mantra contribui em grande parte para todo o crescendo e dinâmica da música, como se de uma leva brisa que se transforma em furacão se tratasse.
A voz entra, suave e discreta, um toque gingado de bandoleón.
E os jogos de corda a cruzar por detrás.
Lamento se as minhas palavras não conseguem transmitir o colorido que é o som desta música.
Ouçam o single. Perceberão o que digo.
(suspiro)
Estamos agora em "Celos". Um ambiente jazzado com o contrabaixo a marcar o ritmo acompanhado do piano, a bateria leve, varrida.
A voz surge com uma melodia bastante inesperada, e a música flui assim, ligeira, melancólica. O bandoleón marca presença, como não poderia deixar de ser.
O tema que se segue dá nome ao álbum.
"Lunatico" é uma lufada de ar fresco no tango.
Abre com uma malha clássica do tango, e já o corpo começa a imaginar um salão de baile, as luzes baixas, a dança, e entra a bateria, leve, num ritmo swingado que dá toda a magia à música.
Se ao menos "A Naifa" saísse do dois mais dois igual a quatro e começasse a pensar noutras coisas...
Bem, poderia continuar, mas para ser sincero, acho que já chega. Não quero ser nem dono da verdade nem estragar o prazer da descoberta deste (belo) cd.
São doze faixas de boa música, que vale a pena "adquirir" na discoteca mais próxima!
E, para quem levou a mensagem mesmo à letra, ainda vai ter que esperar um bocadinho. É que a coisa só sai lá para Abril!...
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NPAF
3 Comments:
a questão é: se só sai em abril, como conseguiste ja ouvir o album??
É tudo uma questão de conhecer as pessoas certas e procurar nos sítios indicados...
:D
já ouvi o album. eh... tá mais ou menos...
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