quinta-feira, março 02, 2006

Lixo - Televisões implodem em vitórias morais...


Nos pequenos traços por baixo dos olhos
Onde se escondem as marcas do tempo
Na respiração ofegante de um dia constante
Onde se apagam as certezas invisíveis de um qualquer balanço
Independentemente do avanço – olhar para a frente e

Na instabilidade de uma infra-estrutura qualquer
Onde se queima o lixo que percorre a calçada que pisamos
No frigorifico, microondas, televisão, esferovite
Caixotes de papel, recipientes sem conteúdo
Anatomia de uma vida qualquer
Minuciosamente detalhada por circunstâncias que se vieram a suceder

Televisões implodem em vitórias morais
Latas de cerveja que choram por razões amórficas
Guarda-chuvas exorcizados pelas sagradas lágrimas de chuva que um dia à Terra caíram
Depois as multidões
De plásticos, metais e outras coisas mais

Respira-se saúde

Pacotes de leite que maltratam os filhos
Por terem sido retirados cedo demais da vaca mãe
Sinais evidentes de uma vida banal
Caixas de pizza, pacotes de batata frita, latas de cerveja
Onde se apagam dias sentidos, pedaços de momentos perdidos
Viagens a um mundo cerebral
Pujante na sua força criadora

Pacotes de bolachas
Pacotes de manteiga
Pacotes de detergente
Embalagens de caixas de pacotes de latas de feijão

Respira-se voluntariado
____________________________
DACC

imagem: http://static.flickr.com/1/196897_4326fa149a.jpg