segunda-feira, fevereiro 20, 2006

A Grande Saga de Zé Espadachim, o Rei das Pistolas


Ia o Zé Espadachim, de pistola na mão, quando encontrou pela frente o Chico Coxo, que era cego de um olho. Virou-se para ele com má cara e disse-lhe:
- Ouve lá, meu cabrão! Chega aqui! Então andas aí a dizer que me partes a tromba e não sei o quê? Andas armado aos cucos, é?
- Deves estar enganado concerteza. Isso é coisa do Manel Florinhas, o dono do talho da rua 25 de Abril.

Seguiram os dois caminho e encontraram o Paulo Cabeça-de-Aravela, que era o filósofo lá da terra.

- Amigos, que fazeis por aqui a estas horas armados até aos dentes?
- Vamos dar nos cornos ao Manel Florinhas. Anda para aí a dizer que me bate!
- Tal ocorrência é demasiado física para o meu gosto.
- Então põe-te na alheta antes que leves também por arrasto.

Nisto aparece o Zé Pernas, que era um mutilado de guerra que tinha ficado sem a perna esquerda ao fazer uma assada de chouriços na praça 1º de Maio. Vinha acompanhado da sua esposa, Maria de Jesus, que era a maior debochada da zona.

- Então oh Pernas, andas a fazer publicidade à tua esposa?
- Muito engraçadinho! Vou ali ao supermercado comprar um corta-unhas.

Foi então que chegaram finalmente ao talho do Chico Coxo:

- Chico! Então que conversa é essa de andares para aí a dizer que me bates e não sei o quê?
- Ah, isso é mentira! – disse o Chico ironicamente.
- Então dá-me aí dois quilos de bifes da pá do porco, se faz favor.
- Eh pá, já só tenho fígado do ananás.
- Então vá, pode ser.

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DACC

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