...
E nessa furtiva manhã, um novo olhar
Um sorriso expressivo – torrada e sumo de laranja
Janela entreaberta e uma nuvem – branco-sujo, não chuvosa
Ainda cheira à chuva da noite anterior
E a maresia continua a percorrer o horizonte distraidamente
Como se de um qualquer exemplo de vida se tratasse
Sorridentemente caminhando, do nada para o vazio
Consoante o calor ou o frio que se faça sentir
Libertando poesia nos olhares dos transeuntes – cada um no seu passo
Jornal e pasta no regaço, mala a tiracolo.
E nessa furtiva manhã, um novo acordar
Um desenho contemplativo, um qualquer oceano a transbordar
Na sua plenitude – observar a maré.
Escutar o silêncio ao fundo e entrar pé ante pé
No navio dos confusos, apregoar a salvação e voar
No milagre da eternidade, acreditar, pensar – conter.
Conter os segredos e inventar ilusões
Desembrulhar crucifixos e rebuscar paixões no baú dos coitadinhos
Até encontrar um qualquer tesouro que valha a pena
Seja ele em ouro ou em gangrena – vasculhar até ao fim
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DACC
foto: DACC
2 Comments:
eja ele em ouro ou em gangrena??
um poema interessante, bem construído, mas cheio de lugares comuns... não está mau, mas também não está bom...
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