quinta-feira, março 16, 2006

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E nessa furtiva manhã, um novo olhar

Um sorriso expressivo – torrada e sumo de laranja

Janela entreaberta e uma nuvem – branco-sujo, não chuvosa

Ainda cheira à chuva da noite anterior

E a maresia continua a percorrer o horizonte distraidamente

Como se de um qualquer exemplo de vida se tratasse

Sorridentemente caminhando, do nada para o vazio

Consoante o calor ou o frio que se faça sentir

Libertando poesia nos olhares dos transeuntes – cada um no seu passo

Jornal e pasta no regaço, mala a tiracolo.

E nessa furtiva manhã, um novo acordar

Um desenho contemplativo, um qualquer oceano a transbordar

Na sua plenitude – observar a maré.

Escutar o silêncio ao fundo e entrar pé ante pé

No navio dos confusos, apregoar a salvação e voar

No milagre da eternidade, acreditar, pensar – conter.

Conter os segredos e inventar ilusões

Desembrulhar crucifixos e rebuscar paixões no baú dos coitadinhos

Até encontrar um qualquer tesouro que valha a pena

Seja ele em ouro ou em gangrena – vasculhar até ao fim

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DACC

foto: DACC

2 Comments:

Anonymous Anónimo said...

eja ele em ouro ou em gangrena??

2:50 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

um poema interessante, bem construído, mas cheio de lugares comuns... não está mau, mas também não está bom...

8:35 da tarde  

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