segunda-feira, março 20, 2006

Clearly I remember picking on the boy...




Às vezes quase que me sinto farto de tanta lógica.
Não sei propriamente se é inveja ou razão, mas farta-me a lógica, principalmente a do mundo.
Porque é à logica que devemos o senso comum.
A opinião pública é, sem dúvida, a forma mais fácil de fazer filosofia barata, sempre muito pragmática, sem se deter por aí além perante dilemas morais ou éticos.
Por exemplo, vejamos o caso do portuga típico: o exemplar português é moralista, mas gosta de ir às putas. Se a vizinha do lado tem um marido que lhe bate, depressa se critíca e se aponta na mesa do café ou no balcão da merceeria, não só o marido que lhe chega bêbado e lhe dá nos cornos, como a ela, que coitadinha, não pode agora sair daqui, não tem ninguém que lhe valha, e mais depressa ainda se esquece que em casa se tem um sujeito que à noite, quando pensa que ninguém repara, vai até ao quarto da filha mais velha (que a mais nova ainda é muito pequena, ainda pode haver "problemas"), e lhe rouba carinhos proibidos.
É só um exemplo, não é para ser tomado à letra. Afinal de contas, a conversa pode-se dar num outro local, ou pode ser a mais nova ao invés da mais velha...
Não obstante, e retomando um pouco ao fio central, o moralismo convencional do senso comum revela igualmente o quão tacanhas são as pessoas. E têm uma tacanhez tão grande que às vezes chega a ser insultuosa e uma falta de respeito.
O que me leva ao ponto seguinte.
Tenho uma vizinha que, desde que me lembre, se me vía de manga curta em Março, perguntava "então, já chegou o Verão?", como que julgando o meu perfeito desmazelo, ou dos meus pais que me deixavam sair à rua assim, numa atitude que se situava algures entre o sarcástico e o superior.
Há pouco tempo, volvidos 20 e tal anos, o calor apertava, e calhou ela encontrar-me.
Adivinhem a intervenção dela...
Daí que conclua: o senso comum, a lógica dos coitadinhos, a linha de conduta dos desenrascados (que o que importa afinal é não ser nem muito esperto nem muito parvo, não é filho?, obedecer à autoridade e jogar pelas regras, mas se se puder pôr uma cunhazita, ninguém precisa de saber...), é sufocante ao ponto de às vezes, só às vezes, quando estou com o período, me apetecer simplesmente cagar de alto para as minhas convenções sociais, obliterar pura e simplesmente as minhas convicções mais profundas, ao estilo do Jeremy dos Pearl Jam, e pegar numa bela peça de armamento e começar a limpar.
Mas muito calmo. Quando estou em situações de pressão extrema fico muito calmo, doentiamente calmo - chamo-lhe o meu modo "super-guerreiro".
A única coisa positiva que vejo aqui, para além, como é óbvio, do meu deleite pessoal e despressurização da minha cabine de tolerância, será o progresso do país através da indústria do armamento, devido à necessidade de muita munição. Isso e um mundo melhor.
E porque raio é que a minha lógica há-de ser pior que a do mundo?

NPAF

2 Comments:

Anonymous Anónimo said...

a tua lógica é a lógica do mundo, quer queiras quer não... e quanto à questão do armamento, nos EUA parece que até dá resultado... fazem-se umas guerrazinhas pra gastar material, vendem-se umas armas aos povos que anos depois vamos atacar, e siga...

8:25 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

seemed a harmless little fuck...
but we unleashed a lion
gnashed his teeth and bit the recess ladies breast
how could I forget?
and he hit me with a surprise left
my jaw left hurting
dropped wide open
king jeremy the wicked
ruled his world...

6:11 da manhã  

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