domingo, abril 09, 2006

Cadernos de um bombista experimental, ou a triste sina de um homem nos reinos de Portugal

Episódio I
"Ando um bocadinho farto disto..."



Às vezes dá-me acessos bombistas. Mas não é cá coisas de fazer uma bombinha só para assustar, não, eu cá ou bem que faço as coisas a sério, ou então para estar a perder tempo em brincadeiras... não faço cá disso.
Portanto, falava eu, às vezes dá-me acessos bombistas.
E nem sei bem por onde começar. Se pela vizinhas que não cala a puta da cadela às 2 da manhã, se pelo animal que vive em frente e pensa que tem um lugar cativo no estacionamento, se pelo merceeiro, que me leva quase mil paus por um quilo de açucar, se pela praça, por pagar enormidades de dinheiro por legumes e fruta que os "velhinhos agricultores" foram comprar por tuta e meia aos espanhóis do mercado abastecedor.
Não poderia esquecer (ó, seria imperdoável), de descer um andarzito, e ir à bancada do peixe, e pelo menos um, pelo menos um peixeiro, esventrá-lo docemente com a sua faca afiada, e misturar as suas às tripas da pescada vendida a preço de robalo, e ver os seus olhos ficarem mates, tais como os da dourada que ali se constipa no mármore. E a seguir, pegar no seu Mercedes (esforço suado de uma vida honesta?...), regá-lo com álcool (a gasolina está cara, amigo!), e... aufffff!...
(to be continued)

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

a questão é: conformar-se ou destruir tudo? e depois de destruir tudo, quem nos vai conformar se já não temos qualquer coisa que nos revolte?
sei lá...

1:25 da tarde  

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