quarta-feira, novembro 29, 2006

Pai Natal, quero um robôzinho na páscoa

não me interesso por cães nem gatos. nem tenho peixes de aquário.
então como explicar a tamanha proliferacão de moscas no Zaire? não faz qualquer sentido...
ao passar o dia todo no meio de todo o mosquedo, aposto que o povo zairense não é um povo feliz...
ou então já se habituaram à situação e já não ligam ao mosquedo.
de qualquer forma, hoje desabou mais uma ponte na Rússia, logo no dia de anos da minha prima Filomena, coitada, que teve de levar com uma notícia daquelas no seu aniversário, e ela que gosta tanto de vodka...
depois há o picapau, esse animal repugnante, sempre cheio de moscas. ao menos o papagaio pode ter um cão ou um gatinho, o picapau não, só se tiver borbulhas daquelas já com a cabecinha branca, prontas a rebentar!
mas mesmo assim, não faz grande sentido meter grades na porta do café Central.
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DACC

terça-feira, novembro 28, 2006

Landfill, "Panorâma de uma vida normal"

Finalmente, quase após dois meses da edição do álbum de estreia de Landfill, "Panorâma de uma vida normal", a crítica!
Bem, antes de mais, umas palavras em minha defesa: não é que não tenha tempo, porque ao início até tive; não é que tenha tido preguiça, porque até sou um sujeito bastante pró-activo. A merda é que este é um som difícil.
Sempre que o Daniel (aka Landfill) me dizia "então ó meu palhacinho, quando é que escreves alguma coisa?", eu respondia "palhacinho não, senhor palhacinho, que eu não andei a tirar filosofia para nada...", e após este aparte introdutório o discurso redundava num "epá, estou indeciso...".
E estava.
E continuo a estar.
Não é, definitivamente, um som fácil.
A cada vez que começava a ouvir o "cd" chegava a um ponto onde me perdia, distraia-me, e só me dava conta na última música, a mais "curtinha", mas, pormenor importante, aquela onde a voz e uma melodia nos arrancam à "normalidade".
Sobre este trabalho é difícil dizer qualquer coisa: é um som que cai no dia-a-dia, é algo que nos diz directamente algo, contudo, é, tal como o quotidiano, fácil de "esquecê-lo". E é um esquecer entre parênteses precisamente porque, como no correr normalizante dos dias, nos deixamos ir sem grande dificuldade, vencidos, entre o trânsito que não avança, o empregado arrogante da pastelaria, aquela mulher boa que se cruza sempre connosco quando passamos por ali àquela hora e que, não fosse pensarmos que somos tão feios e desinteressantes, juraríamos que nos fazia olhinhos, tirandos-nos milimetricamente as medidas em novos sítios a cada dia que passa, e depois é o trabalho, os bons dias coloquiais, os sorrisos de vitrine, as chatices para as quais nos estamos plenamente a cagar mas às quais temos que emular uma preocupação premente, o café das quatro, o tempo que não passa, o jantar, o que é que hei-de fazer para o jantar, as dez para as seis, o telefonema que jurámos ser hoje que íamos fazer aquela chamada àquela tipa que já se anda a fisgar há tempo demais, será que já namora?, será que ainda se lembra de mim?, e o retorno, o chegar estourado, o beijo à mulher, os gritos das crianças que nunca se calam, agora eu compreendo o que os meus pais passaram, o repouso no sofá, o amor feito à pressa, a luz a apagar, um pequeno pensamento disperso naquele espaço vazio que vai entre o adormecer e o dormir, e... o panorâma de uma vida normal.
Acho que este longo parágrafo resume bastante bem não só o álbum como aquilo que eu penso acerca dele.
Parabéns Jardel!, a sério!, invejo-te por muitas razões e esta é só mais uma! (é melhor mudar de registo que isto já me parece quase caso para chamar o Fernando...) :D

Só mais uma nota.
Diz o autor no seu nick do msn que a coisa já passou na antena 3, suponho que no Portugália do Henrique Amaro.
Ora, embora curioso pelo que o rapazito terá achado do "Panorâma...", fiz questão de escrever este tópico antes de o saber.
Não porque tenha medo de ser influenciado pelo que ele diz.
Não porque não esteja convicto do que digo.
Mas para que se saiba que o que digo não depende de aprovações mediáticas.
Landfill, "Panorâma de uma vida normal".

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NPAF

quarta-feira, novembro 22, 2006

... pt 54

tudo é reclamação justificada
espera o pastor pela sua manada - as ovelhas de mão dada
cajado na mão assobia devagarinho
uma velha canção sobre um pássaro gingão que maltrata um passarinho
não quer saber.

tudo é protesto e revolta
um ladrão que se solta - corre, pára e olha em volta
sorri ao ver que não o apanham
as pessoas não descansam enquanto as notícias não se entranham
não querem saber.
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DACC